segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Pesquisa usa semente da caatinga para combate ao Aedes

Pesquisadores pretendem contribuir para o combate do mosquito transmissor da Zika, dengue e chikungunya e ainda para o aperfeiçoamento do SUS

A ocorrência de casos de Zika, dengue e chikungunya no país e de modo particular no Rio Grande do Norte, levou pesquisadores da Universidade Federal do estado a buscarem alternativas para minimizar os problemas causados pelo Aedes aegypti. Como proposta, o grupo analisará as relações entre o inseto, ambiente, o vírus e humanos, além de testar extratos de plantas na mortalidade do inseto, o grupo também discutirá e desenvolverá ações  educativas voltadas para a população.

O projeto é um dos selecionados pelo Ministério da Saúde na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao vírus Zika e no combate ao mosquito. Todos os trabalhos selecionados receberão investimento específico do Governo Federal.  



A pesquisadora Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, coordenadora do projeto Culicídeos e vírus Zika: Bioecologia, prevenção e controle do Aedes aegypti no Rio Grande do Norte – Ações integradas de pesquisa, ensino e extensão, acredita que é preciso investir em novas alternativas de controle de mosquitos. “Os inseticidas são importantes, mas causam problemas às pessoas e ao ambiente. Alguns produtos vegetais, bactérias e fungos vêm mostrando resultados promissores e instigam novas pesquisas e testes”,  reforça a pesquisadora.

Dentre os resultados obtidos em laboratório, o uso de extrato de sementes de plantas da caatinga e outras plantas têm mostrado bons efeitos na mortalidade de larvas, pupas e adultos do Aedes aegypti.

A ampliação do conhecimento acerca das relações bioecológicas no caso do Aedes, ou seja, entre vírus e hospedeiro, é determinante para que as medidas a serem adotadas para o controle do mosquito sejam adaptadas e efetivas. Por essa razão, os pesquisadores querem estudar mais a fundo o Aedes aegypti e seu ambiente, respeitando as características do semiárido brasileiro. Assim, podem contribuir para que outras formas de controle, mais eficazes e duradouras, por meio da educação e cultura, em regiões com características diferentes, sejam ao mesmo tempo adotadas pela gestão pública. O projeto ainda prioriza a análise e discussão das condições de  saneamento básico e a prevenção de doenças.

 “O projeto apresenta-se como um conjunto articulado de ações de caráter interdisciplinar a serem desenvolvidas. Os conhecimentos científicos e tecnológicos colocados ao alcance da população por meio da pesquisa e formação de pessoas podem promover seu emprego nas atividades cotidianas e na prevenção”, reforça a pesquisadora. A coordenadora do projeto, Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, acredita na reversão do quadro atual, na gestão participativa e consequentemente no aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto será concluído em quatro anos e conta com a participação de pesquisadores da UFRN, UERN, SESAP-RN e estudantes de cursos de graduação, mestrado e doutorado.

Investimento
O Governo Federal divulgou a relação dos 71 estudos sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do vírus zika e doenças correlacionadas. O objetivo do Governo Federal é potencializar a produção de conhecimento científico e tecnológico para o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarada em função da alteração do padrão de ocorrência de microcefalia no Brasil, decorrente da infecção pelo vírus zika.

Acesse a lista de projetos selecionados


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Fonte: Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

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