segunda-feira, 1 de abril de 2013

TROMBOEMBOLISMO VENENOSO PROFUNDO: saiba mais sobre essa doença


Neste Artigo:
Um dos distúrbios mais perigosos do sistema circulatório, o tromboembolismo venoso afeta, segundo a Associação Americana do Coração, cerca de 1,5 milhão de pessoas, das quais quase 543 mil acabam morrendo. Se não identificada a tempo, a trombose pode colocar o paciente sob risco de vida. Muitas vezes, a doença ocorre por mera falta de prevenção.
A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias (vasos sanguíneos que levam o sangue de volta ao coração) em local ou momento não adequados - é importante lembrar que a coagulação é um mecanismo de defesa do organismo. As veias mais comumente acometidas são veias das pernas (± 90% dos casos) e os sintomas mais comuns são inchaço e a dor na região.

Segundo o professor do departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, Marco Túlio Baccarini Pires, a doença é geralmente resultado da imobilização do paciente, seja durante as internações, após cirurgias mais complexas, ou por outras razões.
Sem os movimentos, a circulação se torna mais difícil e as chances de formação de trombos aumenta. Existem fatores que podem colocar o paciente sob maior risco, como:
  • Histórico da doença;
  • Imobilidade prolongada;
  • Traumatismos;
  • Problemas genéticos que levam à hipercoagulabilidade;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Longos períodos sem mobilidade;
  • Grandes varizes;
  • Câncer;
  • Obesidade;
  • Gravidez;
  • Uso de anticoncepcional hormonal;
  • Terapia de reposição hormonal;
  • Tabagismo;
  • Idade avançada;
  • Estatura elevada.
O perigo imediato da trombose é a chamada embolia pulmonar (colocar link para o artigo Embolia Pulmonar - http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/5521/-1/embolia-pulmonar.html ). O problema ocorre quando os trombos se fragmentam e pequenos coágulos migram pela circulação até os pulmões, entupindo vasos onde o sangue deve ser oxigenado antes de voltar a "alimentar" o corpo. O paciente corre risco de vida em situações como essas.
A longo prazo, os trombos podem levar a uma inflamação na parede dos vasos sanguíneos - a chamada flebite. O funcionamento das veias é afetado, gerando lesões que minam a qualidade de vida do paciente, como úlceras, escurecimento da pele, grandes varizes e o inchaço do local.
As veias das pernas são as mais atingidas pela trombose - em quase 90% dos casos. Veja quais os sintomas mais comuns:
  • Dor intensa;
  • Inchaço nas pernas;
  • Vermelhidão e calor no local;
  • Endurecimento da musculatura da perna;
  • Formação de nódulos dolorosos nas varizes.
O diagnóstico do tromboembolismo venoso é difícil e até 70% dos casos evoluem silenciosamente, o que aumenta as chances de complicações. Contudo, vários exames podem ser realizados para detecção da doença. Entre eles estão:
  • Exame de sangue de dímeroD;
  • Exame de ultrassom Doppler das pernas;
  • Pletismografia (medição do fluxo sanguíneo) das pernas;
  • Raio X para mostrar as veias na área afetada (venografia).
Outros exames de sangue podem ser feitos para verificar se há mais probabilidade de coagulação de sangue (hipercoagulabilidade), tais como:
  • Resistência à proteína C ativada (verifica se há a mutação do fator V de Leiden);
  • Níveis de antitrombina III;
  • Anticorpos antifosfolipídeos;
  • Teste genético para procurar mutações que tornem você mais suscetível a desenvolver coágulos sanguíneos, como a mutação G20210A da protrombina;
  • Anticoagulantes de lúpus;
  • Níveis de proteína C e S;
  • Triagem para coagulação intravascular disseminada (CIVD).
Algumas medidas podem ajudar na prevenção da trombose, como elevar os pés da cama do paciente, usar faixas ou meias de compressão, fisioterapia e, até mesmo, retirar o paciente do leito precocemente. "Nos casos de maior risco, podem-se ainda usar medicamentos específicos", diz Baccarini.
A prevenção medicamentosa da trombose pode ser feita com o uso de anticoagulantes, como a heparina (por via venosa ou subcutânea), a varfarina (comprimidos, com necessidade de exames de sangue periódicos para acompanhamento da coagulação do sangue – RNI), a dabigatrana e a rivaroxabana (comprimidos, modernos medicamentos anticoagulantes, sem necessidade de exames de sangue para acompanhamento da coagulação do sangue), ou com os chamados antitrombóticos, que impedem o desenvolvimento dos coágulos e traz menos riscos ao paciente.
O médico deve indicar qual o melhor tratamento para o paciente, por quanto tempo ele deve ser seguido e quais os cuidados adicionais que devem ser adotados. O tratamento adequado pode reduzir em até dois terços a incidência de trombose e em até um terço os casos de embolia pulmonar.
Os médicos recomendam que a pessoa fique atenta ao surgimento e evolução de varizes, e que se procure um médico se aparecerem nódulos, vermelhidão ou se a região ficar mais quente. Além disso, é essencial evitar a combinação do cigarro com o uso de pílulas anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal, pois isso aumenta o risco de trombose. Pacientes que vão se submeter a cirurgias devem conversar com seus médicos sobre os cuidados para evitar a doença, mesmo após a alta hospitalar.

FONTE: Boa saúde

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