domingo, 19 de maio de 2013

Grito da seca RN: sede de água, sede de direitos

No dia 21 de maio, o campo e a cidade se juntarão para realizar o Grito da Seca no Rio Grande do Norte, uma atividade que irá mobilizar cerca de 5 mil agricultores e agricultoras familiares de várias regiões do estado. Será um grito de sede de água e de direitos, pois essas comunidades rurais estão sofrendo com as consequências da estiagem prolongada no semiárido potiguar e com a ausência de investimentos em ações estruturantes para a convivência com o semiárido. O Grito da Seca vai acontecer no dia 21 de maio, com concentração no viaduto de Ponta Negra a partir das 8 horas. As e os participantes seguirão, pela BR 101, até o e stádio Arena das Dunas, onde acontecerá um ato público. Em seguida, será entregue uma pauta de reivindicações ao governo estadual e federal. Os agricultores ficarão mobilizados em Natal para negociarem com outros órgãos (INCRA, CONAB, BNB).

A mobilização, que é organizada pelo Fórum do Campo Potiguar, objetiva denunciar, à sociedade, o descaso e o abandono dos agricultores (as) nos últimos anos e durante a atual seca, que é
considerada a maior seca dos últimos 50 anos. As políticas anunciadas, a maioria delas ainda não implementadas pelos Governos Federal e Estadual são insuficientes, sendo que algumas dessas iniciativas fortalecem a lógica da Indústria da Seca e reforçam a ideia equivocada de que o único problema é a falta ou a pouca chuva, quando na verdade trata-se de um problema político de privilegiar megaprojetos e megaeventos ao invés de se garantir direitos e democratização no acesso a água, terra, assistência técnica, etc.
Entre as principais reivindicações estão: a criação de política de recursos hídricos para universalizar o acesso a água no estado; programa estadual de assessoria técnica permanente aos assentamentos e comunidades; estruturação dos órgãos de assessoria e pesquisa (EMATER, EMPARN, IDEMA, INCRA); ampliação do programa de distribuição de alimentos para os rebanhos (milho, silagem); renegociação de dívidas e financiamento para estruturação produtiva da agricultura familiar; incentivo à produção de alimentos agroecológi cos da agricultura familiar com redução de tarifa de energia e aquisição desses alimentos pelos programas de compras governamentais; desapropriação de imóveis rurais pelo INCRA e infra-estrutura para os assentamentos de reforma agrária, entre outros.
 
Coordenação Política do Grito da Seca

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