No período de chuva o risco de acidentes com
animais peçonhentos aumenta. As chuvas levam alguns deles a buscar
abrigo em locais secos que podem ser próximos às casas ou até, entrando
pelo encanamento do esgoto, nos apartamentos em prédios. Podem também
ser encontrados em parques ou jardins. Com essa maior atividade,
aumentam os registros de acidentes. Um terceiro fator relacionado ao
maior aparecimento dos animais peçonhentos no período de chuvas e o
aumento das atividades rurais ocasionadas pelo plantio de algumas
lavouras.
O Brasil é um dos países com maior diversidade de animais peçonhentos
do mundo. Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos
entre outros, capazes de envenenar as vítimas. Em alguns casos, o veneno
é tão forte que pode provocar até a morte.
No período de 2007 a 2015, foram registrados mais de um milhão e
duzentos mil de acidentes por animais peçonhentos no Brasil, sendo que
mais de dois mil e duzentos evoluíram para óbito. Entre os principais
animais peçonhentos que causam acidentes no país estão algumas espécies
de serpentes, escorpiões, aranhas, lepidópteros (mariposas e lagartas),
himenópteros (abelhas, formigas e vespas), coleópteros (potó),
quilópodes (lacraias), peixes (bagres, arraias e outros), cnidários
(águas-vivas e caravelas), entre outros.
Para não tornar a casa um local ideal para o aparecimento desses
animais e evitar acidentes, são muito importantes algumas medidas.
Proteção individual
• Utilizar equipamentos
de proteção individual (EPI), como luvas de raspa de couro e calçados
fechados, durante o manuseio de materiais de construção (tijolos,
pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação
de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos
baldios, entre outras atividades.
• Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer.
•
Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores,
cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras.
Caso seja necessário mexer nesses lugares, usar um pedaço de madeira,
enxada ou foice.
• No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação
da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois
é nesse momento que serpentes estão em maior atividade.
• Não mexer
em colmeias e vespeiros. Caso estas estejam em áreas de risco de
acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção.
• Inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de usá-los.
• Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.
Proteção da população
• Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações.
• Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro.
• Controlar roedores existentes na área.
•
Não montar acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores
(plantações, pastos ou matos) e, por conseguinte, maior número de
serpentes.
• Não fazer piquenique às margens de rios, lagos ou
lagoas, e não encostar-se a barrancos durante pescarias ou outras
atividades.
• Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (sempre com uso de EPI).
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.
• Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.
• Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros;
• Combater insetos, principalmente baratas (são alimentos para escorpiões e aranhas);
• Preservar os predadores naturais dos animais peçonhentos.
Lembre-se: Em caso de acidente com animais peçonhentos, procure imediatamente atendimento médico.
Em alguns casos, os acidentes com animais peçonhentos necessitarão da
utilização de soros para tratamento que são exclusivamente
disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um médico pode ser
capaz de realizar o diagnóstico do acidente através dos sintomas
clínicos do paciente, sem a necessidade da presença do animal causador.
Mas, quanto maior a quantidade de informações que o paciente puder
apresentar ao médico, como o tipo de animal (serpente, aranha, escorpião
e etc.) melhor será o diagnóstico.
Fonte: Gabi Kopko, para o Blog da Saúde
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