sexta-feira, 3 de março de 2017

Ministério da Saúde atua para qualificar e ampliar o acesso de pessoas com deficiência auditiva às ações e serviços de saúde
Por todo o mundo, mais de 278 milhões de pessoas têm perdas auditivas de grau moderado a profundo. Desse número, pelo menos 80% dessa população são de países em desenvolvimento como o Brasil. Esses são dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e apontam para uma medida que pode reduzir pela metade os casos de deficiência auditiva e minimizaria seus efeitos: a detecção precoce.
Atualmente, o Ministério da Saúde atua de maneira mais ostensiva para qualificar e ampliar o acesso de pessoas com deficiência às ações e serviços de saúde. De acordo com Diogo Aguiar, técnico da Coordenação-Geral da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, o órgão “vem adotando medidas como o investimento na qualificação de profissionais por todo o país e a estruturação de unidades de saúde”.
 Em 2011, o Governo Federal instituiu o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – o Plano Viver Sem Limite; com o objetivo de articular políticas intersetoriais para garantir a inclusão social, a acessibilidade, o acesso à educação e a atenção à saúde das pessoas com deficiência.
“Nos últimos anos tivemos avanços em relação ao acesso das pessoas com deficiência auditiva aos serviços de saúde, mas ainda precisamos melhorar. Por exemplo, ainda temos carência de intérprete de libras para acompanhar gestantes surdas durante o atendimento pré-natal ou mesmo durante o parto” afirma a gerente de Inclusão e Acessibilidade da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, Bárbara Barbosa.
O intérprete de Libras é a pessoa que domina a língua de sinais e a língua falada do país. Sua função é traduzir a língua oral para a língua de sinais, que o Brasil adotou como a segunda língua oficial. É importante destacar que, ao detectar a surdez na criança, os pais podem recorrer a um tratamento para estimular a fala ou optar pelo ensino da língua brasileira de sinais.
Já o Plano Viver Sem Limite induziu a instituição da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem entre seus objetivos o desenvolvimento de ações de prevenção e identificação precoce de deficiências na fase pré, peri e pós-natal, infância, adolescência e vida adulta, entre outros serviços para a promoção dos cuidados em saúde.
Com isso, foram introduzidos avanços nas ações de identificação precoce de deficiência a partir da ampliação e qualificação da Triagem Neonatal Biológica, Auditiva e Ocular – que são os famosos testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho.
Joaquim Emanuel, presidente da Associação Brasileira de Surdos Oralizados, é surdo desde que nasceu, mas apenas aos quatro anos foi diagnosticado corretamente e, com ajuda da família, pode receber o tratamento adequado. “Chegaram a afirmar que eu tinha deficiência intelectual antes de descobrir que eu era surdo. Depois disso, tive acompanhamento até os 14 anos com fonoaudiólogo para poder falar. Além disso, usei aparelho auditivo até pouco tempo atrás, quando fiz a cirurgia para implante coclear” desabafa.

Sobre a importância do teste da orelhinha na detecção precoce da surdez, assista a reportagem da TV Saúde.
Entre 2012 e 2013, o Ministério da Saúde financiou a qualificação de 75 maternidades por meio da aquisição de equipamentos para a realização da TAN (BERA e Emissões Otoacústicas).
Fonte: Janary Damacena para o Blog da Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário