A Fibrose Cística (FC), conhecida popularmente como doença do beijo salgado (referência ao gosto salgado ao beijar a pele de quem possui a doença), é uma doença hereditária que afeta especialmente os pulmões, levando a uma disfunção respiratória, e o pâncreas, levando à má nutrição.
Considerada grave, ela desencadeia um processo de aumento da viscosidade do muco, deixando-os grossos e pegajosos, o que acarreta obstrução dos tubos, ductos e canais do corpo. Assim, o diagnóstico precoce é essencial para uma abordagem preventiva e tratamento adequado, evitando maiores danos à vida da criança.
Muitas crianças com Fibrose Cística não apresentam nenhum sinal ou sintoma da doença ao nascimento. Isso pode durar por semanas, meses ou mesmo anos. O teste do Pezinho, feito entre o 3º e 5º dia de vida do bebê, é uma maneira de identificar precocemente a FC e outras cinco doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
O SUS também oferece, além do teste do pezinho, exames de triagem inicial e exames confirmatórios específicos, o acompanhamento e tratamento em ambulatórios especializados com equipes multidisciplinares, assim como os medicamentos essenciais ao tratamento.
Quando uma criança é diagnosticada com a doença, a família é contatada para agendamento imediato de consulta com especialistas. Em todos os estados há pelo menos um ambulatório especializado no atendimento e acompanhamento desses pacientes.
O tratamento do paciente com fibrose cística consiste em acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória. Além do esquema vacinal habitual, as crianças devem receber também imunização complementar específica.
Porém, para que o tratamento seja eficaz, a Fibrose Cística precisa ser diagnosticada o mais rápido possível. Os sintomas da doença geralmente aparecem nos primeiros anos de vida. Por isso, os programas de triagem neonatal são de importância fundamental para o acompanhamento adequado.
Verônica Stasiak Budnarczuk, psicóloga, foi diagnosticada com FC em 2009, quando tinha 23 anos. Ela explica que descobriu a doença com muitas complicações, e que se tivesse sido diagnosticada precocemente, muitos dos problemas poderiam ter sido evitados. “O diagnóstico precoce é extremamente importante, porque você consegue tratar todo tipo de possíveis complicações e evitar agravamentos da doença. Depois que comecei o tratamento, quase não sou internada e a qualidade de vida melhorou muito”.
Além disso, Verônica usou o diagnóstico como uma inspiração para começar o Instituto Unidos pela Vida, que ajuda pessoas que possuem a doença com prestação de serviços de apoio, divulgação e conscientização sobre a doença. “Eu sempre digo que a fibrose cística é parte do que somos, e não o limite do que a gente pode ser. Quando a gente se trata podemos realizar nossos sonhos e viver nossa vida”, incentiva.
Fonte: Aline Czezacki, para o Blog da Saúde
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