“Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida”, a frase do psiquiatra e escritor Augusto Cury desperta todos para uma realidade que pode está bem próxima: o sofrimento de uma pessoa querida. A percepção deste sofrimento, que na maioria das vezes é silencioso, pode ser fundamental para evitar uma das maiores causas de mortes na atualidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 32 brasileiros que morrem por dia, taxa superior às vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer. Diante disso, desde 2014 este mês é denominado Setembro Amarelo como forma de chamar atenção para a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.
Conforme a OMS, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos. “Saber ouvir é o primeiro passo para se evitar o suicídio. Primeiro ouvir os sinais, que podem ser isolamento e tristeza e segundo procurar romper a barreira do silêncio e fazer a pessoa desabafar, contar o que a aflige, pois possivelmente isso a deixará mais leve e evitará o pior”, explicou a psicóloga e responsável pela Gerência de Atenção Psicossocial, da Secretaria de Estado da Saúde, Maria de Fátima Vieira.
A psicóloga Maria de Fátima lembra ainda que no Tocantins a faixa etária de 15 a 29 anos aparece como a mais vulnerável. “Por ser a adolescência uma fase de aceitação do próprio eu e também no meio social, com a questão do bullying, as emoções ficam mais latentes, então se algo sai como não se deseja, já é motivo para uma situação de desespero. Estas situações também incluem término de relacionamento e fazer parte de uma família disfuncional”, destacou.
Para ajudar pessoas e familiares, existe uma rede de acolhimento, a começar pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que ao perceber alguma alteração encaminham os pacientes para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Esses núcleos possuem uma equipe multiprofissional adequada para os tratamentos. “A porta de entrada é a UBS, mas também existem os Centros de Atenção psicossocial (Caps) e leitos hospitalares destinados a pacientes que apresentam distúrbios”, enfatizou a diretora de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde do Estado, Cintia de Paula Machado.
O direcionamento e o tratamento ocorrem de acordo com cada caso, que é avaliado pelos especialistas. “Há casos de alto, médio e baixo risco de suicídio, que são detectados após avaliação dos especialistas que indicam tratamento conforme suas particularidades. Os métodos vão desde terapia com sessões de conversas até a utilização de medicamentos”, reforçou a psicóloga.
Fonte: Blog da Saúde
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