segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Dor de cabeça: Saiba mais sobre os sintomas e aprenda como prevenir e tratar o incômodo

É difícil encontrar alguém que não tenha sofrido pelo menos uma vez na vida por conta de uma dor de cabeça. Entretanto, mesmo sendo muito comum na população, isso não significa que a dor pode ser considerada normal. Ela deve ser diagnosticada corretamente e tratada, podendo muitas vezes ser prevenida e, em alguns casos, investigada.
As cefaleias (termo médico usado para dor de cabeça) podem ser classificadas em dois grandes grupos: as primárias e as secundárias. As mais comuns fazem parte do primeiro grupo, e são chamadas assim, porque são o problema em si e não um sintoma de uma outra condição ou doença. Já as cefaleias secundárias precisam de atenção, pois são decorrentes de outros problemas de saúde sendo alguns deles graves.
O clínico geral do Serviço de Consultoria Clínica do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Juan Carlos Verdeal, explica que identificar inicialmente o padrão e a gravidade da dor de cabeça pode ser feita sem a necessidade de atendimento especializado ou exames elaborados, bastando o relato do paciente. “Um ponto fundamental é o histórico da dor: características como idade do primeiro aparecimento da cefaleia, intensidade e localização na cabeça ou face, frequência com que se apresenta, que fatores a desencadeiam e como alivia, se é acompanhada de outros sintomas como vômitos ou alterações visuais, enfim, como ela se comporta. Na grande maioria das vezes, isso basta para diagnosticar o tipo de cefaleia. Além disso, essas mesmas informações vão dizer se há necessidade de encaminhar o paciente para investigação”.


As dores de cabeça primárias mais comuns são as enxaquecas e as cefaleias do tipo tensional. Para diagnostica-las, a coleta da historia e o exame físico realizados pelo médico generalista são, na maioria das vezes, suficientes. As principais características da enxaqueca são: dores recorrentes de caráter pulsátil em um dos lados da face ou em cima de um dos olhos; náuseas e vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e incômodo com barulho. Fatores desencadeantes são claramente identificados em algumas pessoas como estresse, período menstrual, alterações bruscas de temperatura, vinhos tintos, aspartame, entre outros. Este tipo de dor aparece geralmente na adolescência ou no início da fase adulta e frequentemente há histórico familiar de enxaqueca. A cefaleia do tipo tensional caracteriza-se por ataques de intensidade leve a moderada em toda a cabeça ("como um capacete apertado"), acompanhadas por dores musculares no crânio, pescoço e ombros. Diferentemente das crises de enxaqueca não há náusea ou fotofobia.
Já as dores de cabeça secundárias precisam ser investigadas, pois são causadas por outros tipos de problemas mais graves. O Chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Federal dos Servidores (HFSE), Rogério Monteiro Naylor alerta que, muitas vezes, as pessoas não dão a devida importância e confundem uma dor de cabeça simples, com dores de cabeça decorrentes de outras doenças mais complexas. “A preocupação maior é quando muda o padrão antigo de uma dor de cabeça, tornando-a mais frequente, ou quando se somam a outros sintomas, como abalos musculares em alguma parte do corpo ou restrição de movimentação em partes específicas”.
Dores de cabeça chamadas de “cefaleias explosivas”, que aparecem subitamente com forte intensidade, dores que antes melhoravam com analgésicos e que passam a não melhorar, cefaleias que acordam a pessoa durante o sono devido a forte intensidade, também são exemplos de sinais de alerta para problemas mais graves. “Por trás desse tipo de dor podem estar acontecendo fenômenos neurológicos graves, como a ruptura ou expansão de um aneurisma, AVC, hemorragia, enfim, a cefaleia explosiva é algo que deve chamar a atenção”, explica o médico do INC, Juan Carlos.
Tratamento e cuidados
Mesmo as dores de cabeça consideradas comuns podem interferir na qualidade de vida das pessoas. Por isso é necessário tratamento e alguns cuidados para não prejudicar as atividades diárias. “Toda pessoa que experimenta uma crise de enxaqueca sabe o quanto é ruim. Não podemos negligenciar essas dores só porque elas não precisam ser investigadas. Elas são importantes porque comprometem a qualidade de vida, e merecem atenção, não só no momento da crise, mas muitas vezes com tratamentos crônicos. Existem dois tipos de tratamento para dores de cabeça primárias. Uma é o tratamento da crise, ou seja, no momento em que ela se apresenta agudamente e a pessoa precisa ser medicada para aliviar o desconforto. No entanto, se esse tipo de dor de cabeça tem recorrência frequente, está indicado um tratamento preventivo. As medicações variam de caso para caso mas alguns cuidados caseiros nas crises agudas como compressas frias sobre as têmporas ou sobre os olhos ajudam a melhorar os sintomas de enxaqueca.
Em casos secundários, os tratamentos para as dores vão variar de acordo com a doença que estiver desencadeando o sintoma, e são prescritos depois de uma investigação mais rigorosa.
Fonte: Aline Czezacki, para o Blog da Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário